Hacker diz que Bolsonaro teria pedido que ele assumisse a autoria de suposto grampo contra o ministro Alexandre de Moraes

Durante depoimento à CPMI (comissão parlamentar mista de inquérito) que investiga os atos extremistas de 8 de janeiro, o hacker Walter Delgatti Neto afirmou, na manhã desta quinta-feira (17), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu que ele assumisse a autoria de um grampo que teria sido realizado contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

Delgatti relatou que esse pedido teria sido feito por Bolsonaro por telefone quando o hacker encontrou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) em um posto de combustíveis na rodovia Bandeirantes, em São Paulo. Segundo Delgatti, na ocasião, Zambelli pegou um celular novo e inseriu um chip que ele acredita nunca ter sido utilizado. Depois, o então presidente da República entrou em contato.

“Nisso, eu falei com o presidente da República e, segundo ele, eles haviam conseguido um grampo – que era tão esperado à época – que era do ministro Alexandre de Moraes. Segundo ele, esse grampo foi realizado e já teria conversas comprometedoras do ministro e ele precisava que eu assumisse a autoria desse grampo”, disse o hacker.

Ele explicou que, na época, sua imagem estava atrelada às mensagens que ele obteve ilegalmente de promotores da Operação Lava-Jato. “Então, seria difícil a esquerda questionar essa autoria, porque lá atrás eu havia assumido a Vaza-Jato e eles apoiaram”, declarou. “Então, a ideia seria o garoto da esquerda assumir esse grampo”, continuou Delgatti.

“Ele disse no telefonema que esse grampo foi realizado por agentes de outro país. Não sei se é verdade, se realmente aconteceu o grampo, porque não tive acesso a ele. E disse que em troca eu teria o prometido indulto e ele ainda disse assim: ‘Se caso alguém te prender, eu mando prender o juiz’ e deu risada”, completou o hacker.

Delgatti disse que entendeu que esse grampo seria suficiente “para alguma ação contra o ministro” e para fazer com que as eleições fossem realizadas com urnas que imprimissem os votos. Ele afirmou que, na ocasião, concordou porque era uma proposta do presidente da República: “Ficaria até difícil falar não.”

Informações O Sul e Jovem Pan.

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