Erro do IGP leva família de Muçum a sepultar vítima de outra família

Uma família de Muçum, no Rio Grande do Sul, se despediu da pessoa errada, sepultando o corpo de outra vítima das enchentes que atingiram a cidade em dezembro de 2022. O erro ocorreu por causa de uma comparação inviável de impressões digitais, devido ao estado de decomposição do corpo.

O corpo da mulher estava entre o primeiro grupo de vítimas resgatadas. A identificação foi feita por meio das impressões digitais e, após o procedimento, o corpo foi apresentado para a família e reconhecido no Departamento Médico Legal (DML) em Porto Alegre. O sepultamento ocorreu em Muçum.

Alguns dias depois, o IGP realizou uma revisão de todos os laudos do lote de vítimas e constatou que a comparação de impressões digitais era inviável. O estado de decomposição do corpo havia prejudicado a qualidade das digitais, o que levou a um erro na identificação.

Na segunda-feira (11), foi solicitada a exumação do corpo para exame de DNA. A prova com base no material genético apontou que a vítima era de outra família de Muçum que tinha uma pessoa desaparecida.

A família que havia sepultado o corpo equivocadamente teve seu parente reinserido na listagem dos desaparecidos. As buscas prosseguem.

Leia a nota do IGP

“O Instituto-Geral de Perícias (IGP) informa que houve um erro no processo de identificação de 22 vítimas das enchentes na unidade em Porto Alegre. Após uma segunda reanálise para a confirmação dos resultados, seguindo rotinas de controle interno de qualidade, encontrou-se uma grave inconsistência no resultado de um dos laudos.

Devido à baixa qualidade das imagens geradas na papiloscopia em uma das vítimas, o laudo de retificação não confirmou com exatidão a identidade de um corpo, pois as digitais estavam prejudicadas em função da idade da pessoa e do tempo de exposição na água. O corpo foi apresentado ao familiar e reconhecido por este no momento da liberação.

Para buscar a confirmação da identidade da vítima, então, exames complementares foram realizados, incluindo teste de DNA. Para isso, o corpo foi exumado, atendendo solicitação da autoridade policial, com a ciência de familiares.

O resultado da contraprova de DNA ficou pronto nesta quarta-feira (13/9), atestando o erro de identidade. Os familiares da vítima envolvida já foram comunicados sobre o fato.

Tão logo ocorreu a verificação da inconsistência, uma sindicância foi instaurada pela Corregedoria do Instituto para apurar o caso. Guiado pela transparência, o IGP lamenta o ocorrido e está à disposição para elucidar os fatos.”

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