Reciclador devolve dinheiro perdido na rua em Uruguaiana: ‘a gente precisa, mas não a ponto de prejudicar outra pessoa’

Sandro Bittencourt, de 43 anos, encontrou R$ 110 no chão de uma rua do bairro Cidade Nova em Uruguaiana, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, na terça-feira (18), e devolveu o dinheiro para os donos, as informações são do Portal G1 RS e da RBS TV.

“A gente precisa de dinheiro, é óbvio que a gente precisa de dinheiro, mas não a ponto de prejudicar uma outra pessoa. Eu acho que, se eu estivesse precisando, a pessoa que perdeu estaria precisando muito mais do que eu”, explica Sandro.

Junto do dinheiro, estava um boleto com o nome da pessoa que seria a dona.

“Pensei: ‘vou guardar e vou direto na delegacia. Lá, eles têm nosso e-mail. Lá, eles vão achar a pessoa para eu devolver o dinheiro'”, conta Sandro, que trabalha como servente de pedreiro e reciclador.

Com a ajuda da polícia, os proprietários foram encontrados. Eram Welliton Franco, de 17 anos, e a sua mãe, Tânia Franco, de 54. O dinheiro seria usado para o boleto da retirada da identidade de Welliton no Instituto-Geral de Perícias (IGP). Tânia perdeu o dinheiro a caminho do local onde faria o pagamento.

“Eu não teria o dinheiro para repor, entende, quando o meu filho precisa de identidade para ir para o quartel. Aí, então, é muito emocionante saber que esse rapaz teve essa dignidade de entregar. Espero que outras pessoas sigam o que ele fez, [tenham] a atitude que ele teve”, conta Tânia, que trabalha como cuidadora de idosos.

Os agentes da Polícia Civil de Uruguaiana, sensibilizados com o gesto do Sandro, organizaram uma vaquinha para ajudá-lo. A quantia arrecadada até agora já ultrapassa R$ 1 mil.

“Não tem como tu ficar com um dinheiro que não é teu. Todo mundo precisa, mas é como eu disse: se eu ficasse com o dinheiro, comprava um alimento, mas como é que eu ficava com a minha consciência depois, né?”, conta.

Sandro quer tirar a carteira de motorista com o dinheiro da vaquinha. Ele já havia iniciado o processo de habilitação, mas teve que parar por conta do preço. Segundo ele, faltam seis aulas.

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