Novo tratamento para obesidade reduz ‘drasticamente’ o peso, sem cirurgia nem efeitos colaterais

Um estudo apresentado nesta quarta-feira (29) na reunião de primavera da Sociedade Americana de Química (ACS, na sigla em inglês) pode representar um dos principais avanços recentes no tratamento da obesidade. Cientistas descobriram um método para promover o emagrecimento semelhante ao de uma cirurgia bariátrica apenas com medicamentos e sem efeitos colaterais, as informações são do Portal R7.

Sabe-se que pacientes que são submetidos a uma cirurgia bariátrica têm alterações, nos meses seguintes, nos níveis de secreção intestinal de certos hormônios que sinalizam a saciedade,  reduzem o apetite e normalizam o açúcar no sangue, como o peptídeo-1, semelhante ao glucagon (GLP-1), e peptídeo YY (PYY).

Medicamentos usados hoje imitam o GLP-1 no cérebro e no pâncreas; alguns deles, como a semaglutida e a liraglutida, ganharam fama por ajudar na perda de peso.

Entretanto, essas drogas costumam ter alguns efeitos colaterais desagradáveis, principalmente gastrointestinais, o que faz com que muitos pacientes desistam do tratamento ainda no primeiro ano.

“Dentro de um ano, de 80% a 90% das pessoas que começam a usar essas drogas não estão mais tomando”, afirma o pesquisador Robert Doyle, da Syracuse University, um dos autores do estudo.

Juntamente com Christian Roth, o Seattle Children’s Research Institute, a equipe de Doyle criou tratamentos que interagissem com mais de um tipo de receptor de hormônio intestinal.

Eles criaram um peptídeo que ativa dois receptores para PYY, além do GLP-1. A substância foi batizada de GEP44.

Nos primeiros estudos em camundongos, o GEP44 fez com que os animais obesos comessem até 80% menos do que normalmente comiam. 

Após 16 dias, eles haviam perdido 12% do seu peso, três vezes mais do que os ratos que haviam sido tratados com liraglutida. Isso deixou evidente, na avaliação dos pesquisadores, o potencial da substância para reduzir “drasticamente” o peso corporal. 

Os autores ainda observaram que, ao contrário dos que receberam a liraglutida, os que tomaram GEP44 não apresentaram sinais de náusea nem vômito.

“Durante muito tempo, não pensávamos que fosse possível separar a redução de peso de náuseas e vômitos, porque eles estão ligados exatamente à mesma parte do cérebro”, comemora Doyle.

Eles atribuem a perda de peso dos ratos não apenas à diminuição da alimentação, mas a um maior gasto de energia, pelo aumento dos movimentos, da frequência cardíaca ou da temperatura corporal.

Ainda há muitos desafios pela frente. O GEP44 tem uma meia-vida curta, de apenas uma hora, mas o grupo já trabalhou em uma versão que dura mais tempo no organismo, que poderia ser injetada uma ou duas vezes na semana.

Outro ponto positivo é que os ratos tratados com o peptídeo experimental se mantiveram magros mesmo quando já não recebiam mais as injeções. Houve também redução dos níveis de açúcar no sangue.

O próximo passo é testar o GEP44, já patenteado, em primatas.

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