Médicos conseguem eliminar câncer de mama agressivo sem quimioterapia

studo indica que personalizar a terapia para câncer de mama com base na resposta individual do paciente pode eliminar a necessidade de quimioterapia em muitos casos. O ensaio clínico de fase 2 PHERGain, liderado pela empresa de pesquisa oncológica MEDSIR, revelou que aproximadamente um terço dos pacientes pode evitar a quimioterapia com sucesso.

Apresentado durante a reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) em Chicago, o estudo envolveu 356 pacientes com câncer de mama HER2+ operável em estágio inicial. Normalmente, esse subtipo agressivo requer quimioterapia como tratamento padrão.

Os pacientes foram divididos em dois grupos. O grupo A recebeu quimioterapia em combinação com os medicamentos trastuzumabe e pertuzumabe, enquanto o grupo B passou por um tratamento adaptativo, ajustado de acordo com a resposta individual.

O grupo B iniciou o tratamento com dois ciclos de pertuzumabe, trastuzumabe e terapia endócrina. Se a tomografia por emissão de pósitrons (PET scan) indicasse uma resposta positiva, eles continuavam com mais seis ciclos sem quimioterapia.

Após seis ciclos de tratamento, os pacientes do grupo A foram submetidos à cirurgia, enquanto os do grupo B o fizeram após oito ciclos. Aqueles que não apresentavam sinais de câncer após a cirurgia, conhecidos como resposta patológica completa (pCR), prosseguiam com o tratamento sem quimioterapia.

O estudo liderado pelos médicos Javier Cortés, Antonio Llombart-Cussac e José Pérez avaliou a porcentagem de pCR na mama e na axila no momento da cirurgia, assim como a sobrevida livre de doença após três anos.

Em 2021, o The Lancet relatou que 37,9% dos pacientes do grupo B que responderam ao tratamento alcançaram pCR. Na conferência em Chicago, foram divulgadas as taxas de sobrevivência.

No grupo B, que incluiu pacientes que eventualmente receberam quimioterapia e aqueles que conseguiram evitá-la, 95,4% dos pacientes (255) não tiveram recidiva três anos depois. Entre aqueles que evitaram a quimioterapia ao longo do estudo, esse percentual aumentou para quase 99%.

O estudo contou com pesquisadores de 45 centros em sete países europeus e destaca-se como o primeiro a adaptar gradualmente o tratamento com base na resposta individual, afastando-se da quimioterapia como opção padrão.

A MEDSIR, fundada em 2012 por Cortés e Llombart-Cussac, ressalta que cerca de um em cada cinco cânceres de mama apresenta células cancerígenas com cópias adicionais do gene HER2, tornando-o mais agressivo. O tratamento tradicional combina quimioterapia, trastuzumabe e pertuzumabe. Porém, os resultados promissores obtidos apenas com os dois últimos medicamentos levantam questionamentos sobre a necessidade de quimioterapia, que é mais tóxica e possui efeitos colaterais mais intensos.

Essas descobertas são encorajadoras, demonstrando que, em certos pacientes com tumores em estágio inicial ou menos avançados, é possível e seguro evitar a quimioterapia sem comprometer o resultado final. O professor Javier Cortés, da Universidade Europeia de Madri e diretor do International Breast Cancer Center de Barcelona e Madri, agradeceu aos pacientes, suas famílias, aos pesquisadores e a toda a equipe por confiarem na realização dessa pesquisa independente.

Informações Portal R7.

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