RS comemora dois anos de zona livre de aftosa sem vacinação com abertura de novos mercados

No sábado (27/5), o estado do Rio Grande do Sul comemorará dois anos como zona livre de febre aftosa sem vacinação, um status concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Essa conquista é resultado dos esforços do poder público, entidades e do setor produtivo.

Desde 2020, um ano antes da certificação internacional, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) vem implementando diversas ações para garantir esse status. Entre elas, destaca-se a implantação do programa Sentinela, que é referência nacional em vigilância de fronteiras, o programa Guaritas, responsável pela vigilância em 97 municípios da fronteira do Rio Grande do Sul com Santa Catarina, e a realização de ações de vigilância ativa e passiva.

Os dados demonstram o empenho realizado. A vigilância ativa para febre aftosa contabilizou cerca de 19 mil fiscalizações em propriedades e 92 mil fiscalizações em barreiras de bovinos, bubalinos, ovinos e suínos, resultando em 180 apreensões. Além disso, foram realizadas 1,6 mil barreiras e inspecionados 15 mil veículos. Os produtos fiscalizados incluem carnes, couros, derivados lácteos, leite, ovos, embutidos, subprodutos e vísceras.

No caso do programa Sentinela, foram fiscalizados quase 84 mil bovinos, estabelecidas 918 barreiras e percorridos mais de 170 mil quilômetros de fronteira com Argentina e Uruguai. Já o programa Guaritas, somente em 2022, percorreu 22 mil quilômetros, fiscalizou 1.982 veículos e 9,3 mil produtos, além de ter instalado 123 barreiras.

O titular da Seapi, Giovani Feltes, destaca a importância dessa certificação internacional e as oportunidades que surgem para os produtos do estado nos mercados internacionais. Ele ressalta que essa conquista é resultado do comprometimento de toda a cadeia produtiva e da expertise do serviço de vigilância animal do Rio Grande do Sul, que é referência em várias áreas no país.

Rosane Collares, diretora do Departamento de Defesa Sanitária Animal da Seapi, afirma que essa certificação é um reconhecimento ao trabalho realizado pelo Serviço Veterinário, que passa a fazer parte do seleto grupo de regiões livres de aftosa. Ela ressalta a satisfação em manter o status ao longo dos anos, o que demonstra a saúde do rebanho e o reconhecimento de todo o estado.

Márcio Rezende, secretário adjunto de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), ressalta que a erradicação da febre aftosa é um marco importante para o Rio Grande do Sul, demonstrando a eficácia das medidas adotadas para prevenção e controle da doença. Ele destaca os benefícios trazidos por esse status, como a melhoria nas condições de exportação, valorização do rebanho e redução de custos.

Essas conquistas são celebradas pelos produtores gaúchos, que desempenham um papel fundamental na superação dos desafios enfrentados no campo. O Rio Grande do Sul possui um abate anual de 9,3 milhões de cabeças de suínos, sendo responsável por quase um quarto das exportações totais do Brasil. Essas conquistas abrem oportunidades para o estado e fortalecem a posição brasileira como o quarto maior exportador mundial de proteína animal.

Além do Chile, que reconheceu o Rio Grande do Sul como zona livre de aftosa em fevereiro deste ano, outros mercados internacionais estão se abrindo para os produtos gaúchos. Países como China, Filipinas, Japão, México, Coreia do Sul, Estados Unidos, República Dominicana e Canadá oferecem possibilidades de negócios. O estado está se preparando para aproveitar essas oportunidades.

Durante esses dois anos, a Seapi estabeleceu parcerias com instituições de ensino nacionais e internacionais, como a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e a Universidade da Carolina do Norte (NCSU), para fortalecer o trabalho de defesa sanitária animal. Essas parcerias têm contribuído para a capacitação dos profissionais e o desenvolvimento de estratégias eficientes de controle da febre aftosa.

Além do Rio Grande do Sul, outros estados brasileiros, como Acre, Paraná, Rondônia e alguns municípios do Amazonas e Mato Grosso, também foram certificados como zonas livres de aftosa sem vacinação. Santa Catarina possui essa certificação há 16 anos. A obtenção desse status sanitário requer o cumprimento de critérios técnicos, estratégicos, geográficos e estruturais estabelecidos pelo Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA). O último caso de febre aftosa registrado no Rio Grande do Sul ocorreu em 2001.

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