Policial militar estaria em grupo que linchou homem em praça de Nova Prata

Segundo o Jornal Pioneiro de Caxias do Sul, um policial militar foi identificado como um dos participantes do linchamento que resultou na morte de um lixador de mármore em uma praça de Nova Prata. Investigadores da Polícia Civil foram até Caxias do Sul para ouvir o suspeito na manhã desta terça-feira (24), mas o brigadiano alegou não poder comparecer e deverá ser ouvido na próxima sexta-feira (27). O inquérito policial busca identificar mais de 40 pessoas que participaram ou testemunharam do espancamento de Arlindo Elias Pagnoncelli, 38 anos, conhecido como Zinho, na noite de 8 de novembro.

Segundo relatos à polícia e os gritos que são ouvidos em vídeos do linchamento, a confusão aconteceu porque Pagnoncelli teria importunado sexualmente duas moças por meio de contato físico. O brigadiano, que trabalha em Caxias do Sul, estava em Nova Prata para acompanhar uma mulher com quem tem relacionamento. Essa mulher é parente das moças que alegam terem sido importunadas.

— Ele foi identificado pelas imagens e testemunhas. Ele foi um dos que agrediu (a vítima) a socos. Aparentemente, estava em horário de folga e acompanhava esta família das moças, que são sobrinha e cunhada deste relacionamento dele — diz a delegada Liliane Pasternak Kramm.

As duas moças são vistas passando pelo lixador de mármore e um amigo dele em uma faixa de segurança. A cena foi capturada por uma câmera do monitoramento eletrônico da cidade, que é distante e opera em movimento automático. Nas imagens, não é possível confirmar qualquer contato físico entre Pagnoncelli e as moças.

A família das moças e o lixador de mármore chegaram à praça ao entardecer, antes das 17h. Como a maioria dos frequentadores do local, eles consumiram bebidas alcoólicas. O encontro entre eles foi às 19h40min. O linchamento, contudo, só aconteceu próximo das 22h.

— Não há imagem do toque, se é que o toque existiu. E é importante pontuar esta dúvida. É possível esperar duas horas e 20 minutos para o revide? Na hora (da suposta importunação sexual) não houve desavença (entre os envolvidos) — relata a delegada.

Ainda segundo a reportagem, a Polícia Civil já colheu mais de 40 depoimentos sobre a confusão, sendo que os principais envolvidos prestaram três depoimentos cada. Contudo, a delegada Liliane Pasternak Kramm aponta que há muitas contradições nos relatos, o que atrasa o trabalho policial. Pelo menos 12 agressores já foram identificados.

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