Policiais entram em lista de clientes no WhatsApp para monitorar telentrega de drogas

Para desarticular o negócio de telentrega de drogas coordenado de dentro da Cadeia Pública (Presídio Central) de Porto Alegre, policiais civis se passaram por usuários, passando a integrar a lista de clientes que fazem encomendas por meio do aplicativo WhatsApp.

Para não levantar suspeitas, os agentes ingressaram no grupo por indicação de um cliente já conhecido dos criminosos. A partir disso, passaram a monitorar entregas e também a fazer pedidos de drogas, com autorização judicial.

O trabalho contou com diferenciadas técnicas de investigação. Os encontros com criminosos para receber porções de maconha e de cocaína estão todos registrados em áudio e vídeo e descritos no inquérito.

Foi uma denúncia anônima que colocou as atividades de Mayco Daniel Bergmann, o Vagalume, 32 anos, novamente sob a mira do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc). O homem, preso em 2016, segue comandando um organizado sistema de telentrega de drogas na zona sul da Capital.

Segundo a polícia, ele é firme na coordenação do negócio, que funciona com estrutura empresarial. Abaixo dele, atua, conforme a investigação, Andrea Luciana Mendia, que seria a principal gerente do grupo. Ela seria a responsável por toda a parte operacional – como o cuidado para manter os telefones celulares com bateria e créditos – e financeira, e cobrar produção e eficiência dos entregadores, não aceitando atrasos nas entregas. Segundo apuração policial, ela chega a ligar para subordinados para acordá-los e mandá-los trabalhar em momentos de muita demanda.

No trânsito, os entregadores enfrentam percalços como qualquer motorista. Durante a apuração, um deles sofreu acidente. O motivo do impedimento para entregas foi colocado no status do telefone para que os clientes soubessem do incidente. Em outra situação, o entregador teve a moto apreendida durante uma blitz por falta de documentação.

Também foram flagrados episódios em que os entregadores ficaram sem gasolina, tendo que empurrar as motos até postos de combustíveis. Quando há problemas com os veículos, a gerente exige solução urgente.

— O bagulho não pode ficar parado — chegou a dizer para um dos “funcionários”.

Outra forma de controle da movimentação de drogas e de dinheiro envolve os telefones celulares. A gerência não aceita que os entregadores usem seus telefones particulares no contato com os compradores. A ordem é para que todas encomendas sejam feitas por meio dos telefones comuns à quadrilha.

Em algumas ocasiões, uma pessoa fica responsável por receber os pedidos e repassar aos entregadores. Em outras, os pedidos podem ser feitos diretamente a quem entrega, mas somente por meio do telefone que é comum a todos. Os funcionários se revezam. Quando acaba o expediente, o entregador repassa o telefone para o colega que assumirá o posto.

Com informações do Portal Gaúcha ZH, foto Polícia Civil, divulgação.

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