Pivô da Lava-Jato, doleiro Alberto Youssef é preso em Santa Catarina

O doleiro Alberto Youssef, um dos pivôs da Operação Lava Jato, foi preso na cidade de Itapoá, no norte de Santa Catarina. Ele foi preso preventivamente por determinação do atual juiz que cuida da operação, Eduardo Fernando Appio, que substitui o ex-juiz Sérgio Moro na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, especializada em crimes financeiros e de lavagem de ativos. A acusação é de crime tributário.

Durante a Lava Jato, Youssef fez um acordo de delação premiada. O acordo foi assinado em troca de informações que poderiam levar à prisão de mais pessoas envolvidas nas investigações da operação. O doleiro é apontado como o chefe de um esquema de pagamentos de propinas e lavagem de dinheiro.

Valores desviados

De acordo com a decisão de Appio com base em um relatório da Receita Federal, Youssef “não devolveu aos cofres públicos todos os valores desviados e que suas condições atuais de vida são totalmente incompatíveis com a situação da imensa maioria dos cidadãos brasileiros”.

Ainda, o juiz afirma que o doleiro está com vários endereços e que “estaria morando na praia”, o que “evidência uma situação muito privilegiada e que resulta incompatível com todas as condenações já proferidas em matéria criminal”.

Na decisão, Appio ainda afirma que o fato de que Youssef tentou comprar um avião e um helicóptero também contribuíram para a decisão da prisão preventiva.

Operação Lava Jato

Iniciada em 2014, a Operação Lava Jato foi uma força-tarefa de combate a corrupção e lavagem de dinheiro na Petrobras. Boa parte das ações da Lava Jato tramitaram na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, especializada em crimes financeiros e de lavagem de ativos, da qual Moro era o juiz titular.

As investigações feitas pela Polícia Federal revelaram a existência de uma quadrilha especializada em lavagem de dinheiro. O doleiro Alberto Youssef era apontado como um dos líderes do grupo.

Segundo o Ministério Público Federal, a operação devolveu R$ 4,3 bilhões aos cofres públicos e levou a 174 condenações em 1ª e 2ª instância. O Tribunal de Contas da União estima que o esquema causou prejuízos de R$ 18 bilhões na Petrobras.

Informações O Sul.

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