Protásio Alves | Mãe relata a história do filho com síndrome de Hanhart

Luana Cassol Cappellaro, servidora pública, está de férias. Ela nos recebe sorrindo. No berço, colocado no espaço da cozinha e sala conjugadas, está o pequeno Benjamin, 2,8 anos, que sorri ao nos ver chegar. Ele será definido no decorrer deste texto como o “anjo persistente”.

A história da busca incessante da família está traduzida nas cicatrizes de cinco cirurgias no pequeno corpo acometido pela síndrome de Hanhart que, no caso do Benjamin, representa a ausência de uma das pernas, do antebraço e mão direita, língua hipoplásica, imperfuração anal e dificuldades para ingerir sólidos.

Luana e Edson, casados há 12 anos, pais de Benjamin, também têm Emili, de oito anos. A mãe relata que eles planejaram a gravidez com todos os cuidados possível, incluindo exames, e que a síndrome do Benjamin não tem explicação, não é genética.

Ela lembra que tudo foi normal até as 14 semanas de gestão quando teve sangramentos.

Benjamin, o anjo persistente, nasceu em Nova Prata e ficou por 26 dias na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Geral, em Caxias do Sul. Das cirurgias a que já foi submetido (dentária, a colonostomia e para corrigir o ânus sem perfuração, entre outras), segundo Luana, a mais traumatizante aconteceu em julho de 2019, em uma clínica de Passo Fundo.

No meio da conversa, chegam o pai de Banjamin e a irmã Emili. Os olhos dele brilham e ele quer a ambos. O filho de Luana e Edson tem atitudes normais de uma criança da sua idade: ele gosta de assistir desenhos, interage com as pessoas, porém, alguns sons ou toque de pessoas desconhecidas o deixam intranquilo.

Sobre a possibilidade de conseguir a prótese pelo Sistema Único de Saúde (SUS), Luana diz que na terça-feira, 21, eles irão até o Hospital Geral, em Caxias do Sul, onde saberão se haverá a gratuidade do material. Caso isso não seja possível, o custo pode ser de R$ 16 a R$ 30 mil, conforme o material. Também existe a alternativa de recorrer à justiça para que o Estado pague para que Benjamin tenha a chance de explorar toda a sua curiosidade.

Luana agradece o apoio das colegas de trabalho e da administração municipal de Protásio Alves. A mãe coragem, feliz com sua família na casa nova totalmente adaptada para o bem estar atual e futuro do Benjamin, que demorou mais de um ano para ser construída por vários percalços, diz que a situação financeira já não a assusta mais, perdeu a importância.

Nem todos os detalhes da história de Luana, Edson, Emili e Benjamin estão neste texto. As despesas com anestesistas (ela possui o plano do Instituto de Previdência do Estado – IPE), com os deslocamentos até a APAE de Nova Prata ou até os hospitais de Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Passo Fundo não foram contabilizadas. Luana não pede nada. Tem esperança em conseguir a prótese pelo SUS. Caso isso não aconteça, sabe que poderá contar com pessoas especiais que zelam pelo pequeno Benjamin e sua família.
Contatos pelos fones (54)2117.0063 ou whatsApp (54) 99633.7911.

Texto: Sonia Reginato/C+C

Fotos: Arquivo pessoal

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