Porto Alegre já testa o Drogômetro

Pesquisa realizada pelo Hospital de Clínicas fez o teste com diferentes equipamentos de Drogômetros, para depois de aprovado ser usado em fiscalização de trânsito.

No teste realizado o índice de usuários de cocaína foi de 8,5% entre os que realizaram o procedimento.

Esse tipo de aparelho, usado há alguns anos em países como EUA e França, é capaz de detectar o uso de drogas como maconha e cocaína a partir de amostras de saliva. No Brasil, foi usado pela primeira vez, experimentalmente, no carnaval em São Paulo. Quando ele dá um resultado positivo, um médico realiza um teste clínico — baseado na observação — para confirmar se o motorista está mesmo “sob efeito”.

O Código de Trânsito diz que é proibido dirigir sob o efeito de “álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência”. Faz sentido: “Qualquer substância psicoativa pode aumentar o risco de acidentes”, diz a toxicologista da USP Vila Leyton, autora de vários estudos sobre drogas e trânsito.

Mas o uso do drogômetro e o modo de usá-lo não são consenso entre os peritos brasileiros. “Questiono a questão ética da aplicação destes testes no local da abordagem. Defendo algo mais discreto”, diz Renata Limberger, toxicologista da UFRGS. “As amostras deveriam ser coletadas e encaminhadas para o laboratório para, então, proceder as análises toxicológicas”.

Além de garantir a privacidade dos resultados, isso traria um benefício técnico, já que os kits importados não são adaptados à realidade do país. Eles detectam, por exemplo, o uso de heroína — droga rara por aqui. Mas não identificam derivados de anfetamina como anfepramona e sibutramina, muito comuns entre caminhoneiros brasileiros, nem antidepressivos e sedativos — outras drogas psicoativas muito usadas no Brasil, que causam dependência e afetam a capacidade de dirigir.

Com informações do Portal Porto Alegre 24h.

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