Dia Mundial do Vegetarianismo: tendência cresce entre os jovens e exige criatividade para manter alimentação equilibrada

Restrição do consumo de carne na dieta é uma forma de preocupação com o meio ambiente, com os animais e com a saúde, mas exige cuidado com a alimentação saudável

O Dia Mundial do Vegetarianismo, celebrado neste domingo, dia 1º de outubro, é uma data que celebra a escolha de milhões de pessoas ao redor do mundo que optam por um estilo de vida alimentar livre de carne. A reportagem da Studio buscou entender mais sobre esse movimento em crescimento e as diferentes abordagens ao vegetarianismo.

A professora veranense Joana Binda aderiu ao vegetarianismo há quase cinco anos, em janeiro de 2019, quando parou de comer carne por gostar muito dos animais.

Joana conta que, depois de um tempo, além do respeito aos animais, ser vegetariana passou a ser também pela saúde, já que a mudança de hábitos a fez começar a consumir mais frutas e verduras por não ter a carne disponível no cardápio. A ausência desse alimento na rotina exige mais criatividade nas receitas, fugindo da obviedade. Mas os desafios vão além disso.

— Em Veranópolis, [um desafio] é o fato de que os restaurantes estão começando agora a implementar opções sem carne, o que restringe um pouco os estabelecimentos que posso frequentar. Outra questão é a aceitação das pessoas. Por ser um local que, culturalmente, consome bastante carne e de diversas formas, as pessoas não costumam aceitar muito bem essa questão do vegetarianismo. — compartilha.

Depois de cinco anos, a jovem diz ter “muito orgulho de optar por não comer carne e buscar formas mais humanas, saudáveis e sustentáveis de construir meus hábitos”.

Cuidados com a dieta vegetariana

A nutricionista Caroline Girardi Farenzena explica que, do ponto de vista nutricional, a carne é uma ótima fonte de proteína e a maior fonte de vitaminas do complexo B (tiamina, niacina, riboflavina, vitaminas B6 e B12), além de contribuir com a absorção de minerais, como o ferro e o zinco. Ela destaca que existem diferentes tipos de dieta vegetariana:

Para quem não consome carne, as leguminosas podem ser substitutas ideais para o alimento. Nesse grupo estão alimentos como grão-de-bico, ervilhas, lentilhas, favas, soja e todos os tipos de feijão, sendo escolhas mais adequadas e nutritivas do que a proteína vegetal texturizada, a conhecida carne de soja. Em proporções, sete colheres de sopa de feijões cozidos substituem 100g de carne.

— O tofu entra como parte do grupo dos feijões, por ser derivado da soja. Ele é uma boa opção, pelo seu alto teor de proteínas e por conter cálcio biodisponível. Não recomenda-se trocar a carne apenas por ovos e queijos, pois essa substituição é inadequada em termos de necessidades nutricionais. Ovos e queijos contêm proteína, mas também possuem teores de gorduras. — detalha Caroline, que também destaca a importância do acompanhamento e orientação com um profissional nutricionista.

A nutricionista também aponta que há uma tendência maior em adotar o vegetarianismo, principalmente entre os jovens, que têm como principal motivação a preocupação com o meio ambiente e a proteção animal.

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