O que forma o “chocolatão” do mar gaúcho?

Questionamento é alvo de estudos e desperta a curiosidade do povo gaúcho

Peculiaridade do litoral do Rio Grande do Sul, a coloração marrom do mar gaúcho deu a ele o apelido de “chocolatão“. Mas você sabe o por quê dessa cor diferenciada? Há diversos fatores que influenciam nessa característica, conforme estudos feitos pela UFRGS em parceria com a FURG.

Primeiramente, a cor da água, tanto de rios, quanto lagoas e mares, é influenciada pelos componentes que existem nela. A produção de matéria orgânica nos rios que correm em direção ao litoral faz com que a água ganhe a coloração avermelhada ou amarronzada.

De forma especial, na Laguna dos Patos, formação hidrográfica que possui conexão direta com o Oceano Atlântico, a existência de algas com coloração escura e que se multiplicam rapidamente vão influenciar na água da lagoa, e consequentemente na coloração do mar da região, considerando o volume de água que ela descarrega diretamente no oceano.

Outro fator determinante é o vento. A corrente marítima é responsável por espalhar a matéria orgânica que é levada ao Oceano pela Laguna dos Patos por toda a costa litorânea do Rio Grande do Sul. Essa dinâmica hidrográfica, decorrente do fato do estado ter uma costa bastante “reta”, também vai influenciar na formação de ondas e da própria espuma que é formada no mar. Em praias como Torres, onde há morros que cercam a cidade, a incidência de ventos é mais amena do que nas praias mais abertas, tornando o mar também mais claro.

Durante o ano todo o mar do litoral gaúcho mantém essa coloração mais escura, às vezes variando conforme a dinâmica dos fatores responsáveis pelo fenômeno, mas isso não significa que a água está suja ou é imprópria. Também é importante salientar que o contato com as algas não faz mal à saúde, e, por isso, o banhista pode aproveitar o litoral com tranquilidade, curtindo nosso mar especial e se refrescando do calor do nosso estado.

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