Obras do Parque da Orla começam em Porto Alegre; investimento na área é superior a R$ 281 milhões

Menos de 12 horas após o lançamento da pedra fundamental para a construção do maior complexo temático turístico das capitais brasileira, totalizando investimento inicial de R$ 281,1 milhões, começaram na manhã desta quarta-feira as obras que darão forma ao Parque da Orla, em Porto Alegre. A GAM3 Parks, concessionária responsável pela revitalização e administração do Harmonia e do Trecho 1 da Orla do Guaíba, área que congrega 250 mil metros quadrados, observa que o projeto pretende galgar para a Capital uma nova posição no turismo nacional e internacional. A entrega está prevista para 2027. O contrato de concessão é de 35 anos, renovável pelo mesmo período, as informações são do Jornal Correio do Povo.

“Tenho utilizado um termo para o projeto, que é um museu a céu aberto. A gente recebe três milhões e duzentas mil pessoas na orla. É bastante, mas ela tem um potencial que a gente não valoriza. A orla de Porto Alegre é uma das mais lindas do mundo”, explica Carla Deboni, diretora administrativa da GAM3 Parks. Haverá totens de sinalização e pórticos.

Algo que o edital proíbe é a cobrança de ingressos. “O parque não tem cobranças e nunca terá. Por uma questão de segurança, vamos poder acompanhar quem o acessa, sem contar que o Harmonia já é um parque cercado. Sempre foi e continuará sendo”, salienta Carla. A primeira etapa terá mais de vinte operações gastronômicas, com vilas temáticas, como alemã, italiana e açoriana, além de uma nova churrascaria e um centro de eventos.

“O tradicionalismo gaúcho faz parte da nossa cultura, mas não é somente isto. Temos todo um viés muito forte relacionado à colonização. Quando trazemos estas vilas, estamos implantando um equipamento que tem um apelo comercial. Não faz sentido também comercialmente para o público se fazer uma área apenas de piquetes de acampamento. A imigração vem muito forte para sanar este sentido”, comenta.

Há outras possíveis atrações que também podem ser levadas ao espaço, diz Carla, citando eventos relacionados às culturas negra e judaica, entre outros. O Acampamento Farroupilha, hoje realizado no local, porém, segue sendo realizado. Conforme o edital, o consórcio deve disponibilizar 75 mil metros quadrados do parque todos os anos para este que é um dos principais eventos tradicionalistas gaúchos. Além disto, haverá churrasqueiras, e ainda “estâncias”, nome dado a um projeto de piquetes fixos, a Casa do Gaúcho e a Praça da Chama Crioula.

O aspecto natural também está sendo levado em consideração, de acordo com Carla. Será criado um lago, que ajudará na drenagem e escoamento do parque, já que ele como um todo ficará em um ponto mais baixo do que a avenida Edvaldo Pereira Paiva, área que historicamente sofre com alagamentos e barro. Outro é o acúmulo de lixo, verificado seguidamente na orla do Guaíba. “Cem por cento do lixo seco que sai da orla será tratado, reciclado e voltará para o mercado, para se tornar novamente um produto. É algo que não vai acontecer somente na orla, mas no parque todo”.

Foto: Alina Souza

O projeto em questão já é executado por uma startup do Rio de Janeiro nas orlas do Rio e de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, segundo ela. “O meio ambiente é um dos pilares da concessionária”, diz. Um dos aspectos mais curiosos do projeto é a criação de playgrounds com temas inspirados em lendas gaúchas, mas também aspectos naturais e históricos que não são conhecidos por todos, como um parque dos dinossauros.

“O primeiro fóssil de dinossauro do mundo foi encontrado no sítio paleontológico de Santa Maria, aqui no nosso Estado. A maioria dos gaúchos não tem este conhecimento, apesar de ser ensinado nas escolas do mundo inteiro. Isso gera interesse das famílias, vai ser um lugar de estudo, mas também de diversão. Além de valorizar nossa cultura, atraindo escolas, por exemplo, haverá este apelo comercial envolvido”.

Haverá ainda uma montanha-russa inspirada na lenda do boitatá, além de um equipamento que referencia a Salamanca do Jarau. De toda maneira, conforme ela, mesmo sem eventos, o local recebe por volta de 60 mil pessoas todos os finais de semana. A ideia é fazer com que o Parque da Orla possa ser mais um importante atrativo, se somando aos eventos eventualmente realizados na faixa que margeia o Guaíba.

“No show da Esquadrilha da Fumaça relacionada aos 250 anos de Porto Alegre, em uma terça-feira, às 16h, tivemos 80 mil pessoas. E a cada ano, queremos estar junto com o Acampamento Farroupilha, para que pessoas que nunca sonharam em frequentá-lo passem o tempo por aqui”. A proposta como um todo é bastante ousada. “Queremos que o Acampamento seja também um ícone nacional, que as pessoas do Brasil inteiro venham conhecer”, salienta a diretora da GAM3 Parks.

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