Aumento de casos de covid-19 pode apontar chegada da variante Ômicron em Veranópolis

O aumento de casos de covid-19 tem deixado as autoridades veranenses em alerta. O prefeito em exercício de Veranópolis, Thomas Schiemann, em análise do cenário epidemiológico, declarou que acredita que os casos positivados nestes primeiros dias de 2022 são reflexos das aglomerações do Natal, tendo vindas de fora do município, por pessoas que viajaram nas festividades.

O que chama a atenção, também, é que, mesmo com o aumento de casos positivos, o número de hospitalizações no Hospital Comunitário São Peregrino Lazziozi, não foi impactado. Sendo assim, a análise do médico e atual líder do executivo é de que os casos positivos possam ser da variante Ômicron.

“Não temos nenhum paciente no momento grave, então, provavelmente, sejam dessa nova cepa Ômicron, que é extremamente virulenta, se transmite com muita facilidade, mas não causaria casos graves. Por enquanto está se confirmando isso, e especialmente com as pessoas que fizeram a vacina”, explicou.

Para o vice-prefeito, a característica de pouca severidade e alta transmissibilidade é o que diferencia essa nova onda de casos das já vividas anteriormente pelo município. “O que estávamos vivendo em meses passados não é o cenário que a gente vive hoje. Teríamos nessa semana muitos internados e inclusive mortes de veranenses com a gravidade do aumento desses casos. E isso é reflexo da vacinação, que protegeu contra essa cepa inicial que a gente tinha nas primeiras ondas, mas não protege contra a infecção dessa nova [a ômicron]”, detalhou.

A secretária de Saúde de Veranópolis, Vanessa Calioni Bordignon, também analisou o cenário, refletindo sobre o comportamento do vírus a partir da rápida contaminação. “Não temos como afirmar 100% [que é a variante] porque nós não encaminhamos essas análises para sequenciamento genômico, mas pelo nível de transmissibilidade, entende-se que sim, possa estar circulando a Ômicron, como também esteja circulando gripe”, apontou.

Segundo Vanessa, a intenção era de que o sequenciamento fosse, sim, realizado, para que mais ações fossem planejadas, dando mais segurança para as decisões no combate desses casos e da nova cepa, mas que a decisão para a análise genômica é orientada pelo Laboratório Central do Estado, que não analisa todos os testes enviados, apenas em situações específicas.

Mais transmissível, menos severa: o que você precisa saber sobre a variante Ômicron*

Um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de Hong Kong (HKUMed, na sigla em inglês) analisou a capacidade de replicação da variante Ômicron e indicou que ela pode ser de fato mais transmissível, porém, causar quadros infecciosos menos severos. Os pesquisadores destacaram que, mesmo com severidade reduzida, o risco global da linhagem é “provavelmente muito significativa”.

A análise apontou que, quando comparada às outras duas cepas, a Ômicron se multiplica 70 vezes mais rapidamente nos brônquios humanos (estruturas com formato de tubo que ligam traqueia e pulmões, cuja função é encaminhar ar para esses órgãos). Isso pode explicar por que a linhagem detectada na África do Sul é mais transmissível – como indicaram evidências preliminares citadas pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS).

Michael Chan Chi-wai, líder da pesquisa, destacou, em nota, que a severidade de uma doença não é determinada apenas pela capacidade de replicação do vírus, dependendo também da resposta imune do paciente. “Ao infectar muito mais pessoas, um vírus infeccioso pode causar doenças mais graves e morte, embora o vírus seja menos patogênico”, alertou.

Chi-wai também citou que estudos recentes feitos pelas equipes dele mostraram que “a variante Ômicron pode escapar parcialmente da imunidade proporcionada pelas vacinas e infecções anteriores”. Por isso, avalia que a ameaça global da nova cepa é “provavelmente muito significante”.

*Com informações da revista Exame

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