“Não pensei em ninguém, só na menina. Eu queria um filho”, diz acusada da morte de grávida em Canelinha

Pouco depois das 17h, após mais de oito horas de sessão, Rozalba Grime, 27 anos, iniciou seu depoimento. Ela está sendo julgada pelo assassinato da grávida Flávia Godinho Mafra, em agosto de 2020. Após matá-la, ela retirou o bebê do útero da vítima. Durante o depoimento, Rozalba se mostrou fria e deu detalhes de como planejou o crime e suas motivações, as informações são do Portal O Município.

Afirmou que queria muito ser mãe e ficou frustrada após perder o bebê que estava esperando em novembro de 2019. Ela já havia engravidado aos 18 anos, mas também sofreu aborto.

“Minhas amigas estavam sendo mãe e eu queria ser mãe de qualquer jeito. Depois de perder o bebê em novembro já comecei a pensar no que fazer”.

Rozalba afirmou que chegou a pensar em adotar, foi atrás de informações com advogados, mas desistiu.

A escolha da vítima

Questionada pelo juiz, Rozalba disse que a escolha da vítima foi baseada unicamente no tempo gestacional semelhante com o que ela teria se ainda estivesse grávida.

Ela encontrou Flávia, que era sua conhecida e começou a se aproximar com a intenção de roubar a criança. “Queria pegar o bebê, mesmo que causasse a morte da mãe”, disse.

Durante o planejamento, ela pesquisou na internet como fazer um parto e cerca de duas semanas antes do dia do crime, ela armou o chá de fraldas surpresa para Flávia.

Ela convidou apenas a vítima e uma amiga próxima de Flávia. No dia combinado, ela disse para a amiga que a festa foi cancelada. De acordo com ela, tudo foi premeditado. “ Já levei ela para aquele local porque sabia que era abandonado e perto da estrada”.

Rozalba afirmou que ao chegar ao local já sabia tudo o que ia fazer. “Ela estava vendada e de costas. Peguei um tijolo e golpeei. Ela caiu de barriga pra baixo. Dei vários golpes até ela desmaiar”.

Ela contou que virou a vítima e foi até o carro pegar o estilete que havia comprado especificamente para o crime. De acordo com Rozalba, foi necessário fazer força para retirar o bebê.

Questionada pelo promotor sobre os riscos que ela submeteu o bebê, retirando do útero da vítima, Rozalba disse que não se preocupou em machucar o bebê porque “estudou”. “Estudei no celular e me achava preparada”.

Rozalba também afirmou que se o corpo não tivesse sido encontrado, teria registrado o bebê como sua filha. Ao ser questionado pelo promotor sobre Deus, ela preferiu ficar em silêncio, fato que irritou sua advogada de defesa, já que em depoimentos anteriores, Rozalba teria dito que “foi Deus quem colocou Flávia no caminho dela”.

Versões diferentes

Ao ser interrogada pela defesa, Rozalba deu respostas diferentes as informadas ao psicólogo que fez seu laudo de sanidade mental.

No depoimento em juízo, Rozalba disse que incomodava na escola, e chegou a ter recomendação para frequentar psicólogo e não tinha atenção dos pais. Versão diferente do que a informada para o psicólogo.

“Quando perdi meu primeiro bebê, inventei que tinha um câncer para ter mais atenção da minha família”.

“Só queria a menina”

Questionada se em algum momento se arrependeu do crime, Rozalba disse que “só quando foi presa. Se não tivesse sido presa, não teria me arrependido”.

Além disso, disse que não pensou na consequência de seus atos quando estava prestes a matar Flávia. “Não pensei em ninguém. Só na menina. Eu queria um filho”.

Por fim, Rozalba afirmou que cogitou cometer o crime com a cunhada, que estava grávida. “Fiquei com muita raiva quando ela engravidou. Cheguei a pensar em pegar o bebê dela, mas a idade da gestação não batia”.

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