Crise hídrica histórica deve resultar em novo aumento na conta de luz

A bandeira tarifária em julho de 2021 será vermelha – patamar 2, anunciou nesta segunda-feira (28), a Agência Nacional de Energia Elétrica. Segundo a Aneel, manutenção patamar mais alto é “em razão da intensidade da estação seca nas principais bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional (SIN), registrando condições hidrológicas desfavoráveis”.

Além disso, o valor da tarifa adicional deve ser a ampliado. O novo custo extra para bandeira vermelha – patamar 2 será definido nesta terça-feira (29) pela diretoria da Aneel. O diretor-geral da Agência, André Pepitone, estimou, em 15 de junho, um amento de pelo menos 20%.

Atualmente o custo adicional é de R$ 6,243 para cada 100kWh (quilowatt-hora) consumidos. O patamar mais alto entrou em vigor em junho.

MP contra apagão elétrico

Nesta segunda, o presidente Jair Bolsonaro assinou uma medida provisória que institui a Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética, que será responsável por adotar medidas emergenciais e para garantir a continuidade e a segurança do suprimento de energia elétrica no país.

O colegiado, com duração prevista até 30 de dezembro, será composto por representantes de seis ministérios: Minas e Energia (que o presidirá), Economia, Infraestrutura, Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional. Entre as atribuições do grupo está a definição de diretrizes obrigatórias para estabelecer limites de uso, armazenamento e vazão das usinas hidrelétricas e outras medidas mitigadoras do baixo volume dos reservatórios.

A câmara também terá poderes para estabelecer prazos para o atendimento das diretrizes e para o encaminhamento de informações e subsídios técnicos por parte de órgãos públicos, do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica e dos concessionários de geração de energia elétrica.

Em maio, o Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) emitiu um alerta conjunto de emergência hídrica para a área da Bacia do Paraná, que abrange os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. O alerta previa chuvas abaixo da média entre junho e setembro na região. Foi a primeira vez que o órgão emitiu um alerta desta natureza.

De setembro a maio, segundo a pasta, a afluência, que corresponde à vazão de água que chega às hidrelétricas, registrou o pior índice do histórico desde 1931 para o Sistema Interligado Nacional (SIN).

“Essa situação indica a necessidade de grande articulação entre todos os órgãos e entidades responsáveis pelas atividades dependentes dos recursos hídricos – entre as quais se destacam a gestão dos usos múltiplos da água, a geração de energia, o meio ambiente, a agricultura e os transportes. Essa articulação visa à adoção de medidas excepcionais para preservar a segurança e continuidade do fornecimento de energia elétrica, especialmente durante o segundo semestre de 2021, com a adequada compatibilização entre as políticas energética, de recursos hídricos e ambiental”, diz a pasta, em nota.

Programa de incentivo a redução do consumo elétrico

O governo está finalizando um programa voluntário para incentivar a redução do consumo de energia por indústrias, anunciou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, ele pediu que a população reduza o consumo de água e de eletricidade para enfrentar a crise hídrica que ameaça os reservatórios brasileiros, especialmente no Sudeste e no Centro-Oeste.

“Em parceria com a indústria, estamos finalizando o desenho de um programa voluntário que incentiva as empresas a deslocarem o consumo dos horários de maior demanda de energia para os horários de menor demanda, sem afetar a sua produção e o crescimento econômico do país”, disse o ministro.

Apesar da indústria, Bento Albuquerque anunciou que as redes sociais do Ministério de Minas e Energia compartilhará orientações sobre a melhor maneira de poupar água e energia elétrica. Segundo ele, será necessário o engajamento de todos os setores da sociedade para evitar a escassez de energia e diminuir o custo da energia gerada.

“Essas medidas são essenciais, mas para aumentar nossa segurança energética, é fundamental que, além dos setores do comércio, de serviços e da indústria, a sociedade brasileira, todo cidadão-consumidor, participe desse esforço, evitando desperdícios no consumo de energia elétrica”, ressaltou.

Dicas da Aneel para economia de energia

Chuveiro elétrico

Ar condicionado

Geladeira

Iluminação

Ferro de passar

Aparelhos em stand-by

*Com informações da Aneel e da Agência Brasil

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