Draco de Lajeado desvenda esquema de facção criminosa que causou prejuízo superior a R$ 200 mil em rede de supermercados

Segundo o Portal Independente, um forte esquema de fraudes em compras eletrônicas (e-commerce) foi desvendado pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Lajeado. Após três meses, as investigações apontaram a participação de 14 pessoas no crime, que era arquitetado por uma facção criminosa com atuação no Vale do Taquari.Continua depois da publicidade

Segundo o delegado Dinarte Marshall Júnior, a quadrilha causou um prejuízo superior a R$ 200 mil para uma rede de supermercados. Os envolvidos serão indiciados pelos crimes de organização criminosa, estelionato, receptação e favorecimento pessoal. As penas, se somadas, podem chegar a até 17 anos de prisão.

O crime

De acordo com o delegado, o grupo criminosos tinha acesso e posse dos dados de diversos cartões de crédito. Eles efetuavam compras pelo site da rede de supermercados e, em seguida, solicitavam a entrega pelo transporte da própria empresa, ou então enviavam alguém para a retirada das mercadorias. A quadrilha também tinha acesso ao número de CPF e nome de pessoas alheias ao esquema, que eram utilizadas para realizar o cadastro e compras pelo site.

Os valores das aquisições variavam entre R$ 1,5 mil e R$ 10 mil, para não levantar suspeitas. Entre os produtos mais adquiridos pelo golpistas, estão as bebidas alcoólicas, que eram revendidos a comércios varejistas menores. A investigação apurou ainda que o golpe tinha o controle e o aval de uma das facções com atuação no Vale do Taquari, para quem o grupo deveria prestar contas e participação nos lucros.

Segundo o delegado, levava em torno de três a cinco dias para o real titular do cartão ter conhecimento do gasto e realizar o cancelamento. Como os produtos já haviam sido entregues ou retirados, a rede de supermercados era quem arcava com o prejuízo. Isso porque, a bandeira do cartão determina que a empresa vítima encontre o comprador para comprovar que não foi fraude.

A investigação

Depois de ser informada sobre o golpe pela rede de supermercados, a Draco passou a acompanhar as ações da quadrilha e monitorar as entregas, logrando êxito na prisão em flagrante de um dos principais membros do grupo. Por meio de um complexo trabalho de inteligência, foram rastreadas as compras fraudulentas e as entregas, sendo possível identificar as residências e locais que receberam as compras, com os respectivos responsáveis por estes recebimentos.

Segundo Dinarte, essas pessoas eram cooptadas pela quadrilha para serem apenas os recebedores dos produtos. Após a entrega, eles passavam nesses locais para fazer a retirada dos produtos e o pagamento desses intermediários que se dava em dinheiro ou mesmo em produtos.

A Draco também apurou que o bando criminoso utilizava motoristas de aplicativo, os quais realizavam os transportes na informalidade. Os motoristas tinham conhecimento que carregavam produtos adquiridos de forma fraudulenta. Segundo o delegado, os produtos eram entregues em residências não só de Lajeado, mas também em Estrela, Teutônia e em outros municípios do Vale do Taquari.

O grupo criminoso era organizado com divisão de tarefas e hierarquizado. Foram indiciados cinco mulheres e nove homens.

Como evitar golpes similares

No ano de 2020, o e-commerce teve um crescimento no faturamento na ordem de 122%, com relação a 2019 e já representa 14% do comércio varejista. Estima-se que ele movimentou diretamente R$ 115 bilhões. Sendo que o número de transações eletrônicas cresceu 85%. Além disso, o valor médio das compras subiu 6%, de R$ 404 (1º semestre de 2019) para R$ 427 (1º semestre de 2020).

Conforme Dinarte, no comércio eletrônico não há um contato pessoal entre vendedor e comprador, sendo que as informações prestadas nem sempre podem ser validadas de imediato. Além disso, também não se exige referências e apresentação de documentos, como no comércio presencial. Tal procedimento permite ao criminoso lançar mão de uma série de modos de fraude, como o que foi apurado nessa investigação. Ele orienta que algumas empresas prestam o serviço de verificação de cadastros e regularidade das compras com cartão, o que pode evitar o “chargeback” (cancelamento de compras eletrônicas).

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