Agentes funerários brigam em “disputa por corpo” em Camaquã
Na manhã desta quarta-feira, 17 de março, o programa Bom Dia Camaquã do Portal ClicCamaquã tratou de uma polêmica que ganhou as redes sociais nos últimos dias: um suposto leilão de mortos que ocorre em Camaquã. O empresário e sócio-proprietário da Funerária Concórdia, Guilherme Manski, que trouxe uma grave denúncia relacionada ao tema.
Segundo ele, diversas funerárias de Camaquã participam de um leilão de mortos: “Eles estão fazendo um leilão: quem paga mais, fica com o corpo”. Para os internautas, Manski explicou como funciona o método de remoção de pacientes que vem a óbito, exemplificando com o funcionamento desta função junto ao Hospital Nossa Senhora Aparecida.
Guilherme destacou que as funerárias tomam conhecimento dos óbitos através da sinalização do morgue (necrotério). A denúncia é que, no entanto, algumas funerárias pagam funcionários para ter informações privilegiadas sobre os óbitos e antes das outras funerárias, possam abordar os familiares. Informações sobre abordagens semelhantes às descritas pelo agente foram trazidas por internautas do Clic Camaquã.
Ele também ressaltou a importância de prestar o serviço funerário de forma diferente, sem abordagens e prezando pelo respeito aos familiares. Guilherme afirmou ser contra a prática de abordagens e defendeu a implantação de um sistema para punição desta prática.
A discussão
O assunto veio a tona após uma ocorrência registrada junto à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Camaquã nesta terça-feira (16). Durante o último final de semana, uma briga entre funerárias de Camaquã acabou na Delegacia.
Nas redes sociais, o vídeo da suposta briga que acabou com a intervenção da Brigada Militar viralizou nos grupos de Facebook e WhatsApp. Após a publicação do caso, foram centenas de comentários relatando abusos e desrespeito aos familiares.
Ainda durante o programa o vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Funerários do Rio Grande do Sul (Sesf-RS), que mantém um convênio com o Governo do Estado. O convênio estabelece a prestação do serviço gratuito de remoção e traslado de corpos nos casos de morte não natural, em que há necessidade de necropsia.
A funerária, associada no sindicato e credenciada para o serviço, remove o corpo do local do óbito e o traslada ao Departamento Médico-Legal (DML) ou a um de seus postos no interior do Rio Grande do Sul. Com isso, o governo gaúcho não precisa utilizar sua infraestrutura para remoção e traslado de corpos, o que gera economia para os cofres públicos.
No programa, o vice-presidente falou sobre a ética profissional necessária para os agentes funerários e destacou que o tipo de conduta, que é relatado há anos, não condiz com a conduta necessária por um agente funerário. Ele também destacou a importância de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para as funerárias, já proposto em municípios como Santa Maria e Venâncio Aires, no Centro do Estado.