Leilão do 5G vai afetar quem tem parabólica; entenda o que ficou decidido

Segundo o Portal UOL, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) agora tem um edital de 5G, cujo leilão deve rolar ainda no primeiro semestre deste ano. Isso quer dizer que começar a ficar mais claro o que vai acontecer com quem tem parabólica —uma das “avenidas” no céu da nova tecnologia ocupa a mesma banda das antenas, causando interferências.

Não há prazos ainda definidos, mas o edital estabelece que operadoras que comprarem lotes da banda de 3,5 GHz, a mais cobiçada do 5G, deverão distribuir antenas menores e receptores para quem tem antenas parabólicas. O documento, inclusive, diz que os aparelhos serão instalados —os clientes não vão receber o fazer isso por conta própria.

“O processo todo vai ser similar ao da mudança de TV analógica para digital. As pessoas vão receber um kit gratuito, que vai conter uma antena menor, como a da Sky, pois a parabólica vai parar de funcionar”, explicou o conselheiro da Anatel Carlos Baigorri, durante coletiva de imprensa sobre o edital do 5G, realizada nesta sexta-feira (26).

De acordo com a Anatel, o processo será coordenado por uma entidade a ser criada e que cuidará da distribuição e instalação desses equipamentos.

Interferência

A banda C, que transmite TV via parabólica, atua na frequência de 3,7 GHz a 6,45 GHz. Já o 5G na verdade usa a frequência que vai de 3,3 GHz a 3,7 GHz. Essa sobreposição poderia atrapalhar a nova conexão.

Para resolver isso, há duas possibilidades:

As operadoras sugeriram o uso de filtros. Já a associação de empresas de rádio e TV defendiam a migração, liberando de vez a faixa. No fim das contas, a Anatel optou pela migração.

A Anatel chegou a testar o uso filtros, mas teve de suspender o trabalho devido à pandemia em março. Desde então, conduziu simulações de computador que mostraram que os filtros não eram o bastante para impedir a interferência.

O dinheiro para a migração virá do valor pago na licitação do 5G —o que diminuirá a parte que sobra para investir em infraestrutura de banda larga em lugares com conexão ruim. A escolha, portanto, foi vista como uma disputa entre usar o dinheiro para ampliar a inclusão digital no Brasil ou manter uma operação considerada antiquada por alguns.

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