“Eu não deixaria eles morrerem ali”, diz motorista que salvou casal em acidente na RSC-153

Segundo o Portal Arauto, seria apenas mais um trajeto de trabalho pela RSC-153. Na direção de um Chevrolet Spin, Ademir Augusto Battisti conduzia – no final da manhã desta quinta-feira (21) – seis pacientes para procedimentos médicos nos hospitais de Vale do Sol e Candelária. Em meio a conversa com os moradores de Gramado Xavier, o servidor da Secretaria de Saúde do município visualizou uma grande caixa caindo sobre a pista. Foi preciso alguns segundos até que todos percebessem o grave acidente que acabava de acontecer. Uma carreta, com placas de São Paulo, tombou na rodovia e pegou fogo.

Ao ver as chamas nas rodas do veículo, Bino, como é conhecido, correu na direção da cabine e visualizou o homem e a mulher, gritando pelo calor das chamas. Sua reação – no instinto de quem trabalha há 16 anos na área da saúde e na condução de ambulâncias – foi raciocinar sobre a melhor forma de salvar aquelas pessoas. Naquele trecho da rodovia, sem sinal de celular, sabia que não conseguiria acionar a emergência. Então encontrou uma pedra e jogou sobre o vidro, que pouco quebrou. Foi quando o homem que estava no interior da cabine passou a quebrar – com a ajuda de uma garrafa – o restante do vidro, enquanto pequenas explosões eram ouvidas e as chamas se espalhavam.

O casal saiu do veículo e Bino o conduziu até o Chevrolet Spin. Os seis pacientes, que não teriam procedimentos de urgência, foram orientados a esperar na rodovia e buscar ajuda, caso alguém passasse pela cena do acidente, que assustava a todos. O motorista então levou as duas vítimas – com queimaduras e fraturas – até o hospital mais próximo. Na entrada de Vale do Sol, visualizou um carro da polícia e pediu para que acionassem os bombeiros. Após largar os dois no hospital, voltou em busca dos pacientes, sem ainda acreditar em tudo que havia acontecido. Nem as quase duas décadas de experiência impediram que seu coração batesse mais forte.

“Eu não ia deixar eles morrerem ali”

Depois que tudo havia passado, muitos o questionaram sobre os riscos que ele passou para salvar aquelas duas vidas. “Sabia que não conseguiria ligação. Sei que não é a melhor forma de transporte. Mas eu não ia deixar eles morrerem ali. Eu não dormiria bem se eu não tivesse agido. Se amanhã novamente aparecer algo do tipo em minha frente, farei tudo de novo “, disse, salientando que agiu sem pensar no destaque, mas por se colocar no lugar do outro.

Sair da versão mobile