Olaria vilaflorense investe em tecnologia

Há cerca de 90 anos, o senhor Firmino João Conte iniciou os trabalhos da Cerâmica Conte, em Vila Flores. A fabricação de tijolos tem ainda os mesmos processos, iniciando no barro e passando pelo molde e secagem, até sair do forno e ser finalizado para a comercialização. Porém, a forma como isso ocorre mudou bastante com o passar do tempo e a chegada da tecnologia.

O fundador, já falecido, deixou a empresa para a família. Hoje, os sócios são os filhos Geraldo Conte, Oscar Conte, Ivo Conte e o neto Rogério Conte. Os 18 funcionários produzem em torno de 500 mil tijolos por mês, tendo como principais clientes lojas de materiais de construção e construtoras. Boa parte do processo de fabricação é mecanizada. Primeiro é feita a mistura do barro, com tipos de terra distintos. A terra passa por uma esteira e é inspecionada para que sejam retiradas pedras e raízes que poderiam atrapalhar na qualidade do produto. Seguindo a esteira, o material é depositado em uma espécie de compactador, o qual recebe um molde, conforme o tijolo que será feito.

De acordo com Lucirene Bocalon Conte, esposa do Oscar e quem cuida da administração das atividades, são feitos nove tipos de tijolos, como de dois, seis e doze furos. A própria máquina corta as peças e encaminha para um elevador, onde elas serão colocadas em um carrinho, semelhante a uma estante, e seguirão para a secagem. “Após cerca de três dias no secador, os tijolos irão passar mais uns três dias no forno. Eles precisam estar bem secos antes de ir ao forno, caso contrário o material racha e estoura”, explica. A fabricação do tijolo, do início ao fim, dura 18 dias.

O secador, pré-forno e os forno são construções semelhantes, como grandes túneis, onde os carrinhos se deslocam através de trilho. Os fornos são abastecidos com pó de madeira e a temperatura ultrapassa os 700°C. A tecnologia esta presente em cada etapa. A saída do material do pré-forno para o forno é programada no sistema. No horário certo a máquina abre a porta do pré-forno, engata e puxa o carrinho, fecha porta, leva até a entrada do forno, abre a porta, empurra o carrinho e fecha a porta. O funcionário acompanha o procedimento para verificar e, em caso de pane, poder fazer manualmente. No outro lado do forno, a cada entrada de um carrinho, outro sai, já com o tijolo cozido. O trabalho ocorre 24 horas por dia.

Dos 15 mil m² da propriedade, a empresa ocupa uns 9 mil m². No local ainda podem ser vistos os antigos fornos utilizados, os quais eram abastecidos manualmente com lenha. A área onde os tijolos eram colocados para secar também esta preservada. Lucirene lembra que no inverno a etapa da secagem demorava ainda mais, pois as chuvas constantes e a neblina mantinham os tijolos úmidos, dificultando o trabalho.

O grande investimento em tecnologia tem como objetivo otimizar e qualificar a produção. O que, porém, acaba por vezes tornando os procedimentos mais lentos é a burocracia que envolve o empreendimento. “Precisamos de diversas licenças para exercer a atividade e há constante fiscalização. Por isso, precisamos estar sempre nos adequando e acompanhando as leis”, ressalta a administradora. As licenças ambientais, cada vez mais restritas, foram a principal causa do fechamento de diversas olarias, não só no município, mas em todo Estado nos últimos anos.

A Secretaria Municipal de Agricultura, Indústria, Comércio e Turismo busca estar em contato com os empreendimentos do município, das mais diferentes áreas, orientando e auxiliando nos processos legais. A secretária da pasta, Cleusa Curtarelli, esteve conhecendo as instalações e mecanismos utilizados pela Cerâmica Conte. “Parabenizo aos proprietários pela estrutura tecnológica e por investirem desta forma no município. É um orgulho para Vila Flores”, frisa.

Informações e fotos Prefeitura de Vila Flores.