Desarticulada quadrilha que adquiria drogas na Europa e vendia no RS por sedex

Uma organização criminosa, com três células independentes, que distribuía via postal vários tipos de drogas sintéticas para todo o país, foi desarticulada pelo Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil. Mais de R$ 1,5 milhão em entorpecentes, como 4.960 comprimidos de ecstasy, 709 pontos de LSD, 150 vidros de lança-perfume e 211 gramas de MDMA (princípio ativo do ecstasy) foram apreendidos ao longo de um ano de trabalho investigativo da operação Presságio conduzida pela equipe do delegado Thiago Lacerda.

Houve 15 prisões, incluindo três lideranças, restando agora um quarto homem que está foragido. A ação ocorreu no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Brasília, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraíba e Amazonas. No RS, a ação foi realizada em Porto Alegre, Rio Grande, São Leopoldo, Glorinha, Panambi, Triunfo, Minas do Leão e Butiá. Ela aconteceu ainda em Joinville (SC), Cascavel (PR), Campo Largo (PR), Cuiabá (MT), Luziania (GO), São Paulo (SP), Franca (SP), Guarulhos (SP), Guaratinguetá (SP), Guaraci (SP), São José do Rio Preto (SP), Catanduvas (SP), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), Vila Velha (ES), Alegre (ES), Sousa (PB), Manaus (AM) e Brasília (DF).

A ação, intensificada a partir de abril deste ano, resultou no cumprimento de 32 ordens judiciais das quais 28 mandados de busca e apreensão. “Foi uma operação que quebrou um sistema muito bem organizado de drogas sintéticas, que são potentes, mais caras e vendidas em boa parte à juventude”, observou o diretor de investigações do Denarc, delegado Mário Souza, lembrando que a clientela é de alto poder aquisitivo. “Quem trafica também tem o perfil diferenciado”, acrescentou, citando jovens de classe média e alta envolvidos.

Segundo o delegado Thiago Lacerda, o grupo criminoso enviava as encomendas nas agências dos Correios das cidades de Porto Alegre, São Leopoldo e Glorinha, através de Sedex. As negociações ocorriam nas redes sociais, sendo depositados os valores em contas-correntes indicadas e provavelmente em nomes de “laranjas”.

Havia uma tabela com os preços das diferentes drogas sintéticas, sendo que a taxa de frete ficava sob responsabilidade dos compradores, identificados como traficantes que agem em festas raves em todo o país. A grama do MDMA custava R$ 150 e cada comprimido de ecstasy valia R$ 70,00. Já um tubo de lança-perfume podia ser adquirido por R$ 150. “A qualidade que vendiam era superior”, constatou, relatando que os criminosos faziam até testes de verificação dos entorpecentes importados.

Em um único apartamento em Porto Alegre, os agentes do Denarc encontraram quase R$ 200 mil em entorpecentes. Já dois pacotes de MDMA apreendidos foram avaliados em mais de R$ 30 mil. Na propaganda para clientes, as drogas era chamadas de “gringas”, sendo ainda denominado de “bala” o ecstasy e de “doce” o LSD.

Durante as investigações, os policiais civis infiltraram-se até nas redes sociais mantidas pela organização criminosa e mantiveram contatos pessoais com as lideranças, além de colherem provas para o inquérito, inclusive recolhendo algumas encomendas postais. “Realizamos monitoramentos especiais e frequentamos festas”, resumiu o delegado Thiago Lacerda.

Já o delegado Mário Souza revelou ainda que as drogas sintéticas vinham da Europa, sobretudo da Holanda, e passavam antes pela região Centro-Oeste antes de seguiram para o Rio Grande do Sul, onde então acabavam sendo distribuídas nacionalmente. O trabalho investigativo terá prosseguimento com foco, por exemplo, na questão patrimonial da organização criminosa.

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